18.3.15

SRZD: MAPS TO THE STARS É INTERESSANTE PARA QUEM NÃO CONHECE A FACE CRUEL DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA

Hollywood sempre foi considerada um lugar fascinante, repleto de glamour, uma terra de sonhos e perfeição. Esse conceito de vida perfeita é vendido há anos pelo jornalismo de celebridades. Contudo, há um lado pouco divulgado e conhecido, ignorado por quem deseja ganhar a vida por aquelas bandas. Hollywood é muito mais do que uma região da cidade de Los Angeles, é uma indústria que, para muitos, funciona como uma panela de pressão prestes a estourar, tanto para os ainda anônimos quanto para os famosos. E são poucos os que conseguem êxito e, o mais importante de tudo, se manter imune às consequências de suas escolhas.

E foi exatamente o lado pouco explorado da fábrica de sonhos que o diretor David Cronenberg resolveu levar para as telas em "Mapas Para as Estrelas" (Maps To The Stars - 2014), exibido na Mostra Panorama do Cinema Mundial no Festival do Rio e que estreia nos cinemas dia 02 de abril.


No longa, uma crítica ao star system e às engrenagens da indústria, tudo é elevado à potência máxima e quase todos os pontos negativos de Hollywood são mostrados. Temos uma atriz decadente e promíscua, um astro adolescente problemático e de família igualmente problemática, um motorista aspirante a ator e uma mulher obcecada que se infiltra na casa da celebridade de outrora. Falando assim, fica fácil encontrarmos nomes famosos que se enquadrem em tais descrições, bem como outras produções semelhantes lançadas ao longo dos anos 

A trama de "Mapas Para as Estrelas" gira em torno de dois atores: a veterana decadente e o adolescente no auge da carreira, ambos vivendo de aparências para evitar escândalos, principalmente Benjie Weiss (Evan Bird), atormentado pelo fantasma de uma fã. Em meio a isso, uma jovem misteriosa chega à cidade e se envolve com Jerome Fontana (Robert Pattinson), motorista de limusine de famosos.

O roteiro assinado por Bruce Wagner tem bons diálogos, mas abusa bastante de clichês, o que não chega a incomodar o espectador, mas tira um pouco do brilho deste filme cujo grande trunfo é o elenco afiado e confortável em seus respectivos personagens.

No entanto, quem realmente se destaca, ao ponto de ter chances reais de concorrer ao Oscar, é Julianne Moore (Havana Segrand), que está dando shows de interpretação em todas as cenas. A atriz se entregou à personagem de corpo e alma, literalmente, despindo-se de toda vaidade e pudor para dar vida a uma profissional em franca decadência, vulgar e de aparência horrorosa.

"Mapas Para as Estrelas" é interessante, sobretudo para quem não conhece a face cruel da indústria cinematográfica. Não perca!

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