Um breve e particular momento da vida de James Dean (1931-1955) é capturado pelo cineasta holandês Anton Corbijn - fotógrafo do Joy Division, Depeche Mode e U2, e diretor de Control, sobre a vida de Ian Curtis (1956-1980) - no elegante e bonito drama intimista Life - Um Retrato de James Dean.
Tratando-se de uma cinebiografia, a história surpreende por se restringir àquilo que deseja contar, nunca se perdendo no charme dos protagonistas ou numa excessiva dramatização dos fatos. Há contenção na forma como Corbijn mostra a relação entre o fotógrafo Dennis Stock (1928-2010) e Dean, onde a visão de um e a sinceridade de outro contribuíram para a fama de ambos.
Estamos às vésperas do lançamento do filme Vidas Amargas (1955), de Elia Kazan (1909-2003), e James Dean (Dane DeHaan) ainda não é famoso e se mostra pouco à vontade com os planos de Hollywood em transformá-lo em um astro. Acreditando no carisma e no sucesso iminente de Dean, Dennis Stock (Robert Pattinson) propõe fotografá-lo em um ensaio para a importante revista Life.
No início, Dean resiste ao flerte profissional de Dennis, mas, aos poucos, nasce uma relação de confiança entre ambos e o ator, fugindo da promoção de Vidas Amargas, convida o fotógrafo para acompanhá-lo numa visita à fazenda de sua família em Fairmont, no Iowa.
Na fazenda e na pequena cidade, Dennis registra as imagens que se tornariam as mais famosas da carreira de Dean (o ator morreria num acidente de carro sete meses após a publicação do ensaio e se tornaria um dos maiores ícones da cultura pop).
Não é fácil interpretar um mito cinematográfico, mas Dane DeHaan (O Espetacular Homem-Aranha 2) convence muito com sua versão taciturna, sensível e, por vezes, depressiva de James Dean. E Robert Pattinson, o Edward Cullen da Saga Crepúsculo, não decepciona, com uma atuação contida e adequada.
Com uma impecável reconstituição de época, Life tem uma sequência marcante em especial: quando Dennis capta a famosa imagem de Dean à chuva, na Times Square, por um breve instante o filme se funde com o momento em que a foto foi feita, em 1955. É um momento mágico.
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