Robert Pattinson. Fama? "Há coisas difíceis na vida de toda a gente"
O ator apresentou no dia 25 de novembro o seu novo filme, Good Time, no último dia do Lisbon & Sintra Film Festival. E respondeu aos fãs
Primeiro ouve-se: "Isto é um bocado stalker, mas quero lá saber." E passado pouco tempo: "Ainda estou a tremer..." Entre uma coisa e outra, as fás trocaram algumas palavras e conseguiram, talvez, uma fotografia com Robert Pattinson, o ator britânico que no dia 25 de novembro apresentou o seu novo filme, Good Time, de Josh e Benny Safdie, no último dia do Lisbon & Sintra Film Festival (LEFFEST).
A sala do Cinema Monumental tinha a lotação esgotada. Na plateia havia sobretudo millenials, que na sua adolescência terão visto os filmes das sagas Harry Potter, em que Pattinson representou o papel de Cedric Diggory, ou os cinco filmes de Twilight - Crepúsculo, narrativa vampiresca em que o ator, hoje com 31 anos, contracenava com Kristen Stewart. E foram sobretudo esses que o tornaram no fenômeno de popularidade que a entrada de Pattinson logo testemunha. Mas hoje o seu trabalho como ator é bastante distinto da saga filmada entre 2008 e 2012. Pattinson estivera, aliás, no dia anterior em Sintra para apresentar Cosmopolis (2012), de David Cronenberg, com quem também trabalhou em Mapas Para as Estrelas (2014). Seguir-se-iam filmes como Rainha do Deserto (2015), de Werner Herzog, A Cidade Perdida de Z (2016), de James Gray, ou o filme que ali ontem apresentava Good Time, a produção indie dos irmãos Safdie.
Aplaudido (e assobiado) à entrada, Pattinson começou por responder às perguntas do produtor de cinema Paulo Branco, diretor do festival, até que este passou os microfones para o público. "O Robert está aqui para apresentar o filme, não se esqueçam disso, OK?" dizia Paulo Branco com um sorriso. Os braços levantaram-se então de uma ponta à outra da sala.
Entre elogios rasgados à sua representação, uma fã cuja mãe lhe dissera que pedisse Pattinson em casamento, ou um presente vindo do Brasil e entregue ao ator, sucediam-se as perguntas sobre o papel que fora para si mais difícil de representar, as cenas mais difíceis de filmar, ou se foi difícil representar o papel de Edward Cullen, de Crepúsculo. Pattinson disse que representar esse papel fora "uma espécie de festa", uma vez que estava a fazer aquilo de que gosta, embora, diria depois, fosse talvez esse o papel mais difícil, uma vez que, representando-o ao longo de cinco filmes, teve de continuar a procurar "ser interessante, e encontrar coisas novas".
A mudança das grandes produções de Hollywood para produções mais independentes como a do seu mais recente filme foi outro dos focos das perguntas. Robert (ou Rob, como lhe chamavam alguns dos intervenientes), respondia: "Se gastas 50 milhões, há muita gente à espera [do que será o filme], senão, podes ser um pouco mais livre." Por outro lado, acrescentaria, "quando fazes algo grande, é bom saber que o público está à espera: essa pressão é boa".
Em relação à evolução da sua carreira, diria ainda: "Quando começas a escolher com quem trabalhas diretamente, é muito mais fácil entregares-se completamente." Que o digam os irmãos Safdie, que foram, eles próprios, procurados por Pattinson, que os contactou com vontade de trabalhar com eles. "E que ator tão entusiasta! Ele é tão entusiasta do processo de trabalho que é impossível passar ao lado disso. Na verdade, não o conhecíamos! Honestamente, nunca tinha visto nenhum filme da série Twilight!", contou, recentemente, Josh Safdie ao DN. No filme dos dois irmãos, Pattinson é Connie Nikas, personagem em fuga depois de um assalto que correu mal, e que resultou na prisão do seu irmão, doente mental.
Outra fã perguntou-lhe como lida com o mediatismo da sua figura, e se a falta de liberdade compensa. Pattinson, sempre cordial, responde: "Você se habitua. Quando era mais novo era mais difícil lidar com isso, quando a sua vida muda. Mas há coisas difíceis na vida de todas as pessoas." Ele que, numa entrevista de agosto à revista GQ contava como fora perseguido por um fotógrafo de tal maneira que, para o despistar, andou a conduzir noite fora, até o dia nascer. Aí encostou, e pediu ao fotógrafo que se afastasse: "Você já tem as suas fotografias." Mas este respondeu-lhe que tinha ordens expressas para não o deixar enquanto não soubesse onde ficava a sua nova casa.
A fã cuja mãe lhe dissera que propusesse casamento ao ator fez a pergunta do seu colega do lado, comediante e mágico, acerca da forma como Pattinson controla a ansiedade que antecede a performance. Este diz que a usa no trabalho, e que esta é "provavelmente, uma das grandes fontes criadoras". Outra pede-lhe conselhos para quem quer representar. "Se eduque no cinema, ver filmes, descobrires o teu gosto. Acho que é uma das coisas mais fáceis de estudar: é agradável ver filmes. E representar, o tempo todo."
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