18.12.18

Scan+ Entrevista do Robert para a edição (7 de Novembro) da revista Les Inrockuptibles, da qual é capa.

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Pattinson
Estrela & Rebelde

Entrevista desde Los Angeles com um dos atores mais audaciosos de Hollywood, na verdade em ‘High Life’ de Claire Denis.
Robert Pattinson é o protagonista de ‘High Life’ de Claire Denis. Entrevista feita no Chateau Marmont com um ator cinéfilo, brillante e divertido.

Rob: ‘Belmondo, de Godard, é o simbolismo de fixe’

Rob: ‘Vi o ‘White Material’ uma manhã no meu quarto de hotel no Louisiana quando estava a filmar lá e atordoou-me. O ritmo, a forma como a terra [espaço] filmada, a performance da Isabelle Huppert.

[...]

Les inrocks: De onde vem a tua curiosidade sobre filmes indie internacionais e o que te faz viajar com Werner Herzog ou o colombiano Ciro Guerra e também Claire Denis?
Robert Pattinson: Na verdade, Acho que vem de… Jean-Luc Godard! Ele é o responsável por isso! (risos) Sabes, eu não era um adolescente cinéfilo mas um dia, do nada, descobri ‘Breathless’ (‘A bout de souffle’). E tornou-se a fonte de tudo: da minha vontade de ser ator, à forma como levo a minha vida.

Les inrocks: O que é que gostaste assim tanto em ‘Breathless’ (‘A bout de souffle’)?
Robert Pattinson: Primeiro, Belmondo. Acho que quando era adolescente não tinha ninguém à minha volta que pudesse conciderar 'cool' [fixe], alguém a quem eu quisesse ficar parecido. E depois, apareceu Belmondo em ‘Breathless’ e tornou-se, para mim, o símbolo de ser fixe. Como tantos outros antes de mim, pensei ‘Quero ser ele!’.

Les inrocks: Por causa da sua insolência?
Robert Pattinson: Sim. Ou talvez mais por causa da sua confiança que o torna mais leve e casual. Mas Belmondo não é a única coisa que adoro no filme. Não percebi na altura mas a magia por detrás do filme é também por causa da produção. Nunca tinha visto antes um vivo e surpreendente. Vi ‘Pierrot le fou’ (Godard, 1965) logo depois, que me provocou as mesmas emoções. E tornei-me neste nerd que não consegue parar de ver filmes.


Les inrocks: Conhecias o cinema de Claire Denis antes de trabalhares com ela?
Robert Pattinson: Sim. Descobri-a quando tinha 24 ou 25 anos. Vi ‘White Material’ numa manhã no meu quarto de hotel no Louisiana quando estava a filmar lá e atordoou-me. O ritmo, a forma como a terra [espaço] filmada, a performance da Isabelle Huppert… Não sabia quem era Claire Denis, não sabia se ‘White Material’ era o seu último filme. Então liguei ao meu agente e disse-lhe ‘Quero trabalhar com ela!’ Demorou três anos para entrar em contacto com ela! Entretanto vi todos os seus filmes.
Les inrocks: Isso ajudou para ‘High Life’?
Robert Pattinson: Ah sim. O guião que a Claire nos deu tinha apenas 20 páginas. E a história não era muito clara! (risos) Não é fácil definir sobre o que era. Andámos lentamente para a frente, como se fosse um enigma. Então sim, tinha algumas imagens dos seus filmes anteriores na cabeça, o clima, a forma que ela filmava os corpos. Mantive o meu foco em como podia fazer parte do mundo dela.

Les inrocks: O que é que ela te disse sobre o teu personagem e como te tornares nele?
Robert Pattinson: Ela disse-me que ele era uma cavaleiro da Idade Média. Que quando não estava a usar a minha roupa de astronausta era como deixar para trás o fato de cavaleiro. Isso ajudou-me. Ela também falou muito sobre Ian Curtis, o cantor da Joy Division, a sua maneira de estar e andar. Mesmo assim, algumas coisas foram sobre a história do rapaz foram deixadas no escuro, [por exemplo] o que ele fez para ser sentenciado. A Claire dá mais emoções que informações.

Les inrocks: Gostas de Joy Division, tens uma cultura rock?
Robert Pattinson: Adoro Joy Division, sim. E eu realmente adoro ‘Control’ de Anton Corbijn sobre Ian Curtis. Foi por isso que estive noutro filme de Anton Corbijn, ‘Life’ (2015) no qual eu fui um fotografo a escrever sobre James Dean.

Les inrocks: O artista visual Olafur Eliassion ajudou no filme. O que é que ele fez exatamente?
Robert Pattinson: Ele nunca esteve no set. Nunca o conheci. Ele trabalha sempre em diversos projetos ao mesmo tempo. Acho que ele trabalhou com a Claire nas luzes do filme e na representação do buraco negro, antes das filmagens começarem... Gosto bastante do trabalho dele. Lembro-me do enorme sol que ele colocou em frente ao Tate Modern em London quando eu tinha 16 ou 17 anos. Fui lá diversas vezes e como toda a gente, passei horas por baixo daquele sol falso.

Les inrocks: Depois de ‘Cosmopolis’ (Cronenberg 2012) esta é a segunda vez que trabalhas com Juliette Binoche. E mais uma vez, tens uma espécie de sexo rude com ela.
Robert Pattinson: Juliette, ela é a melhor. Ela é tão divertida e selvagem. Quando descobri o filme e vi o que ela fez na sala de f***, fiquei ‘Wow!’ (ele ri como se estivesse consternada). Ela não tem complexos, ela consegue fazer tudo com a mesma intensidade. Para ‘Cosmopolis’ tenho de admitir que estava impaciente para chegar o dia da nossa cena quente na limusina. E estou realmente orgulhosa de a ter feito com a Juliette. É algo que podia mostrar aos meus filhos (risos).
Les inrocks: Tens algum?
Robert Pattinson: Oh não! De maneira alguma! (risos)

Les inrocks: Antes de ‘High Life’ tinhas um outro projeto, filme indie, com outro realizador francês, Olivier Assayas. O que aconteceu?
Robert Pattinson: Conheci o Olivier quando tinha 23 anos, durante ‘Twilight’. Ele foi um dos primeiros realizadores artísticos que conheci e ficou interessado no meu trabalho. Víamo-nos de tempos a tempos. E alguns nos depois ele falou comigo sobre ‘Idol’s eye’, uma história sobre assaltante a máfia em Chicago no final dos anos 70. O guião é magnífico. Criou um universo de filme negro, poucas cenas de ação mas uma real estilização como ‘Thief’ de Michael Mann. Mas o filme teve muitos problemas de produção. Eu devia ter filmado com Robert De Niro, depois Sylvester Stallone. E finalmente, algumas semanas antes de começarmos, as filmagens foram canceladas. Foi triste. Recebo regularmente email do Olivier ou do seu produtor para me dizer se o projeto podia continuar. Vamos ver...

Les inrocks: Ainda lutas com o teu séquito de Hollywood, agente, publicista sobre as tuas escolhas, principalmente voltadas para filmes indie?
Robert Pattinson: Oh là là! Há algum tempo que a minha agente não me diz o que fazer (risos)! Ela sabe que não gosto muito de comédias românticas. Tornou-se numa espécie de jogo entre nós, saber que tipo de personagem foi saber: ‘John, 30, psicopata’. (risos) Mas sabes, até ‘Twilight’, pelo menos no primeiro, da Catherine Hardwicke, foi um projeto estranho, um pequeno filme que fizemos sem ganhar dinheiro nenhum.

Les inrocks: Estás feliz com o status que tens atualmente no cinema, mundialmente?
Robert Pattinson: Sim, é quem eu sou. Todos os filmes que fiz nos últimos anos, seria impossível não os ter feito. É-me vital. Desejo que pudesse ficar assim a minha vida toda. O único senão é que apenas poucas pessoas vêem esses filmes.
Les inrocks: Deixa-te triste que ‘The Lost City of Z’ de James Gray ou ‘Good Time’ dos irmãos Safdie não tenham tido muita audiência nos Estados Unidos?
Robert Pattinson: Sim claro, deixa-me triste. Conheço pessoas de Los Angeles que trabalham na indústria e não viram os filmes. Às vezes acho que ninguém viu ‘Good Time’, excepto os meus amigos… E os críticos franceses, claro (Risos)! No outro dia estava a ver ‘Killing Joe’ no cabo. Este filme de Roger Avary, com o guião de Tarantino, foi um sucesso de bilheteira em 1994, como ‘Pulp Fiction’. Hoje em dia parace de loucos! 60% dos filmes em francês com legendas, a história é má, hiper violenta e histérica. E na altura, ainda havia um grande auditório a descobrir coisas novas. Mas agora, acho que os filmes têm muitas vidas, mais que antes, graças aos sites de transmissão. Por exemplo, não há muito tempo, um homem da Amazon disse-me que ‘The Lost City of Z’ que não correu bem nos cinemas, correu bem no Amazon Video.

Les inrocks: Com ‘The Lost City of Z’ tendes a ir para um registo mais cómico. Vimos-te em situações mais graves, papéis torturantes, mas na vida real pareces divertir-te sempre.
Robert Pattinson: Quando era mais novo queria ser levado a sério. Talvez por ter começado em ‘Harry Potter’ e depois ‘Twilight’, queria que as pessoas me viessem em algo mais profundo e complexo. Mas, com certeza, adoro rir. Adoraria entrar numa comédia. Mas os guiões de comédia que recebo não são assim tão bons.

Les inrocks: O que te faz rir como público?
Robert Pattinson: Se tu soubesses! Sou uma criança! Quanto mais regressivo, infantil, mais me faz rir. É embaraçoso mas devo admitir que nada me diverte mais que ver animais a fazer caretas no Instagram, e posso escrever na barra de pesquisa ‘animais a fazer coisas divertidas’ e rir-me durante horas a ver cães a fazer caretas, gatos a cair… Na realidade, tenho 8 anos.

Les inrocks: Conhecer os Safdie foi significativo para ti.
Robert Pattinson: Tinha vistos os filmes anteriores deles – ‘The pleasure of being robbed’, ‘Daddy Longlegs’, ‘Heaven Knows What’. Eu queria realmente pertencer ao mundo deles. Foi incrível fazer parte de ‘Good Time’ interpretar um rapaz mau, violento mas sem noção da gravidade das coisas que faz. Vejo algo semelhante entre os Safdie e a Claire Denis, mesmo que ‘Good Time’ e ‘High Life’ pareçam tão diferentes. Quando trabalhas com eles estás menos no filme que no mundo que eles criam. O universo de alguém
Les inrocks: Já pensaste em realizar o teu próprio filme?
Robert Pattinson: Pensei sim, mas não tenho a certeza se o vou fazer. Sou tão inseguro que se fizesse o meu próprio filme, estaria sempre a perguntar aos meus companheiros, ‘Isto está bem? Fui bom?’ ou estaria sempre a pedir-lhes desculpas (Risos). Contudo, quando era mais novo disse a mim próprio que pararia de ser ator e me tornaria realizador quando crescesse. Mas quando vejo a Claire ou os Safdie, eles são dínamos reais! Eles têm tanta energia, eles têm de responder a centenas de perguntas por dia de pessoa que lhes querem perguntar que cor preferem entre duas, que luz, que decor, que roupa... Acho que diria rapidamente ‘Não sei, não quero saber, façam o que quiserem…’ (risos).

Les inrocks: Um dos teus amigos é Brady Corbet, que se tornou realizador (apresentou, durante o último festival de Veneza, Vox Lux o seu segundo filme com Natalie Portman como uma estrela pop). Ele é um modelo para ti?
Robert Pattinson: Conheci o Brady quando ele tinha 16 anos. Eu tinha 18 e estava realmente impressionado por este adolescente que parecia possuir a história do cinema na ponta dos dedos. Ele tinha visto todos os filmes, tinha teorias sobre tudo. Ele já sabia que queria ser realizador. Mais que isso, ele disse que queria ser um ‘auteur’ [ele diz em francês] (risos). A cultura dele intimidou-me. Com ele percebi que o meu trabalho era ver o maior número de filmes possível, mais importante, filmes internacionais. Sabes, em Los Angeles podes impressionar facilmente as pessoas sendo um cinéfilo.

Les inrocks: Dizendo simplesmente que adoras Jean-Luc Godard, por exemplo?
Robert Pattinson: (Risos) EXATAMENTE! Toda a gente pensa ‘Wow este rapaz é um génio!’ Quando cheguei a LA, fui todos os fins de semana a uma loja de vídeo para comprar DVDs. Eu veria três ou quatro durante o fim de semana. Eu adorava conhecer pessoas que tivessem visto o que eu estava a comprar, ou que me dessem conselhos e me conduzissem a filmes desconhecidos. Nada é mais atrativo que alguém a querer ensinar coisas, que fazer descobertas, não sei.
Les inrocks: O primeiro ‘Twilight’ foi lançado há 10 anos. Sentes-te longe do ator de 20 anos que se tornaria uma estrela com esse filme? Quais eram as expectativas dele?
Robert Pattinson: Sou exatamente o mesmo! Não tinha ideia nenhuma do que ia acontecer, mas tinha esperança. O sucesso de ‘Twilight’ deu-me alguns anos eufóricos onde a minha vida era uma festa constante. Eu continuo a tentar não me preocupar com o que vem depois, a acreditar na sorte, isso mantém uma espécie de saúde psicológica.

Les inrocks: Então o facto de te teres tornado numa obsessão diária de milhares de pessoas não foi uma experiência traumática?
Robert Pattinson: Para mim ficou claro que não tem nada a ver comigo. É algo que foi construído perto de mim e finalmente eu não fiquei preocupado com isso. Lembro-me de um dia enquanto andava na rua e alguém saltou em mim numa espécie de êxtase ‘És tão lindo!’. Mantive-me calmo e disse-lhe ‘Não estás a falar com o rapaz à tua frente. Estás a fazer alguma projeção. Aquilo em que te fixaste apenas existe num ecrã ou talvez na tua cabeça, mas não à tua frente!’ Ela ficou um pouco atordoada e deixou-me ir. (risos)

Les inrocks: Isso alguma vez foi um peso para ti?
Robert Pattinson: Er, não realmente. Às vezes era um bocadinho demais quando as pessoas esperavam à frente da minha casa, ou me paravam quando eu estava a sair… E às vezes as digressões de promoção era um pouco chatas. Lembro-me de dizer numa entrevista que não lavava o cabelo. Depois disso e durante seis meses, todos os jornalistas me perguntavam ‘Então é verdade que nunca lavas o cabelo?’. Isto, deixou-me maluco! Estou feliz que os jornalistas já não me perguntem sobre o cabelo. Bem, mas podemos falar disso se quiser (risos).
Les inrocks: Há um paralelo perturbador entre a tua carreira e a de Kristen Stewart. Ela também em filmes indie e de arte. Ela filmou com Olivier Assayas antes de tu quase o fazeres. É tão estranho que ‘Twilight’ vos tornou nos atores mais cinéfilos de Hollywood.
Robert Pattinson: Ensinei tudo o que sabia à Kristen (risos). Desculpe, estou a brincar. Ela já fazia bons filmes antes de ‘Twilight’. Ela era mais realizada na carreira dela do que eu era na minha naquela altura. Mas é verdade que temos tipo a mesma visão do cinema assim como em muitas outras coisas na vida. A Kristen é inteligente e tem gostos certeiros. Se os realizadores mais interessantes forem até ela, ela com certeza não os deixa ir [não perde a oportunidade].

Les inrocks: És sensível às reivindicações na industria do cinema sobre a paridade Homens/Mulheres? 
Robert Pattinson: Claro que sou. Fiz o meu primeiro filme porque fui escolhido por uma mulher, a realizadora Mira Nair (‘Vanity Fair’). Depois fiquei popular graças ao filme de Catherine Hardwicke (‘Twilight’). Filmei com Claire Denis. E de uma maior prespectivar, o meu séquito profissional é maioritariamente composto por mulheres. A minha agente e publicista são mulheres. Mas lembro-me que na conferência de imprensa em Toronto, um jornalista fez uma pergunta à Claro que começava com ‘Como uma realizadora mulher…’ e a Claire parou-o dizendo ‘Não me considere como uma realizadora mulher, sou apenas uma realizadora’. Num mundo ideal, o sexo dos realizadores não deveria importar.
Les inrocks: Achas que a indústria cinematográfica é sexista?
Robert Pattinson: Posso ser cego mas nunca testemunhei sexismo na indústria. Nada superior ao que acontece na sociedade hoje em dia. Vi alguns homens a ser sexualmente agressivos com as colegas senhoras. Mas também já vi estes homens obcecados com os pénis a serem postos no seu devido lugar por mulheres ou homens no set tipo ‘o que se passa contigo, meu?’. Não acho que haja mais pancada no trabalho ou mais pessoas estúpidas ou violentas na indústria do cinema que em qualquer outra indústria. De qualquer maneira, temos de lutar contra este tipo de comportamento.

Les inrocks: Vês séries de televisão?
Robert Pattinson: Sim, como toda a gente. Mas não compulsivamente. Gosto de documentários. Sou apaixonado por ‘Making a murderer’, por exemplo. Mas também vejo todos os episódios de ‘Game of Thrones’.

Les inrocks: Qual é a tua personagem favorita de ‘Game of Thrones’?
Robert Pattinson: Oops, agora percebi que já a vi durante 70 horas e não sou capaz de dizer o nome do meu personagem favorito! (laughs) er… Hodor! O meu personagem favorito é o Hodor!

Les inrocks: Sentes-te americano? Ou sentes-te um homem britânico Los Angeles?
Robert Pattinson: Eu meio que me sinto americano, acho eu. Mesmo sendo um homem britânicos nos Estados Unidos. Mas, é verdade que mesmo que partilhemos a mesma língua, há duas identidades diferentes, duas culturas diferentes, e eu sinto-me a flutuar entre as duas.
Les inrocks: Tens interesse na política americana? As eleições intermédias representam alguma coisa para ti?
Robert Pattinson: Não voto nos Estados Unidos mas estou completamente ciente do que se está a passar. Sabe que eu fiquei completamente atordoado com o Brexit. Também pela violência e futilidade dos debates políticos durante o referendo de Inglaterra. Cada partido descreditou o adversário com insultos e mentiras. Estava um clima muito violento e foi difícil compreender tudo. Hoje, mais uma vez, sentimo-nos como se estivéssemos a ser curtados da verdade enquanto vemos os canais de notícias dos EUA. Contradições de um lado e de outro. Então o clima político aqui é realmente pesado. Mas de todos os aspetos, sinto-me mais à vontade com os liberais que aos conversadores.

Scan:

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Fonte  | Via | Robcecadas

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